sábado, 4 de abril de 2015

Zé Pilintra do Cruzeiro da Praia


Seu Zé Pilintra do Cruzeiro da Praia em sua vida foi um pescador  negro filho de uma escrava alforriada com seu patrão e que não aguentou as barbaridades da época em que os escravos mesmos livres sofriam bastante por causa de sua cor e acabavam trabalhando novamente nas fazendas de café  e continuavam a serem tratados como mercadorias ou até mesmo animais.
Seu Zé saiu da grande fazenda  de cana de açúcar que ficava no sertão de Alagoas e acabou parando  numa aldeia de pescadores que crescia cada vez mais. Na época foi recebido pelos moradores da aldeia com  muito carinho, logo aprendeu a manejar um barco e uma rede de pesca e ganhou um apelido de seus amigos pescadores que lhe chamavam de Zé da praia por sua adaptação no local. Logo na sua primeira viagem em alto mar pescou em um dia o esperado para a metade do més e foi  eleito o chefe da aldeia um ano depois quando o antigo chefe desencarnou deixando uma linda esposa e dois filhos.
Seu Zé tomou conta da aldeia e logo começou a ter contato com comerciantes do Porto de Santos que compravam seus peixes e mariscos. Por ser um negro forte de um  gênio muito forte e atraente, em cada viagem, arrumava uma mulher diferente, em cada porto uma história, mas era nos bares das cidades onde parava em suas viagens que o malandro pescador se mostrava, bebia de tudo, não fugia de uma briga, atraia as mais diferentes mulheres da época,  por causa disso arrumou muitos inimigos. Seu Zé jogava baralho para descontrair e era viciado num samba de roda entre amigos, mas em uma destas viagens seu Zé acabou sofrendo um golpe do destino. 
Foi numa noite linda de verão o mar se virou e ficou muito agitado fazendo o barco de seu Zé, apelidado carinhosamente de Rei do Mar, virar em meio de  ventos, raios, trovões.  Seu zé Pilintra acabou desencarnando e quando acordou estava nos braços de Iemanjá que lhe encaminhou ao grande Pai Oxalá. E seu Zé, aos pés do grande Pai se arrependeu de seus pecados e foi presenteado com uma grande missão: a de ajudar os encarnados nos seus caminhos, por isso seu Zé da Praia acabou se agregando a linha dos malandros chefiada pelo Malandro Supremo, o grande Mestre Zé Pilintra e até hoje chega nos terreiros com muita alegria,  gosta de dançar um bom samba,  gosta de estar rodeado por mulheres e também bebe qualquer bebida desde que seja boa e forte. Gosta também de cigarros finos e charutos; trabalha muito pelo lado emocional das pessoas reequilibrando o lado espiritual. É um grande defensor das mulheres indefesas.

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